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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

COHAB Mariana

Visito a criança. Criança sem corpo infantil, nem infância tem, porque habita a mulher. A criança me visita e às vezes vai ficando, perdura comandando meus trejeitos e quase tomando o meu raciocínio até a mulher aparecer. Mas a mulher gosta da criança. Agora ela gosta muito. Ela cura suas feridas. Ela mata suas vontades. Ela ensina seus limites. Ela quer ver a criança feliz, porque assim é mais facil a mulher viver feliz. E a criança quase não chora mais. Não chora à toa. Só quando sente tristeza verdadeira. Ou medo grande. A criança ri muito mais do que chora, porque a mulher agora gosta muito dela. Cuida dela, e empresta seu mundo de mulher pra ela brincar.

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Visito a mulher. Ela agora é minha amiga. Ela deixa eu brincar se eu não atrapalhar nas coisas de gente adulta. Mas eu não preciso ir embora. Ela até gosta que eu fique. Ela me ajuda quando tenho medo grande. E eu dou amor pra ela porque eu amo a eu grande que cuida de mim e que eu moro dentro.

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